domingo, 26 de setembro de 2010

Este filme não pode ser mais desconcertante para o público (feminino). O amor é uma miragem, o erotismo não existe, o que há da parte do outro é uma violação permanente, fruto de um olhar masculino perverso. O Outro sexo está reduzido à condição de mero objecto de satisfação sexual (canina). O filme é a anulação do feminino, é o seu esbatimento no gozo fálico (paterno). Um mundo de um gozo único, generalizado. A própria Grace (graça), sem alternativa, se converte de bom grado a este regime de gangsters. Não há salvação, não haverá para a mulher e também para o homem outra forma de ser. Eis a intenção perversa do realizador. Confrontarmo-nos, angustiar-nos com a tirania de um dogworld a que todos se submetem e que não deixa lugar para um "gozo Outro"

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